CFM (Cloud Financial Management)

“Uma questão de ganhar dinheiro” – FinOps Foundation

Desde que o advento da computação em nuvem o mundo de tecnologia ganhou uma dinâmica de evolução nunca visto antes. Tradicionalmente, as inovações na computação ocorriam de maneira síncrona entre software e hardware, ou ao contrário, conforme as áreas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) dos grandes fabricantes traziam as novidades. E isto ditada a velocidade com que o ganho de performance chegava e revolucionava. Isto mudou radicalmente quando a virtualização de servidores ganhou força e adquiriu a confiança necessária dos céticos, dando início ao universo cloud que conhecemos hoje.

Este universo, pois de fato se tornou tão imensurável que se assimila ao termo, exigiu mudanças nos modelos de administração de sistemas tradicionais, comumente gerenciados por SysAdmins, ou Administradores de Sistemas, que organizavam o crescimento de aplicações e então geravam demandas para a área de operações comprarem os equipamentos, entenda aqui servidores de rede, para só então colocar o ambiente em funcionamento.

Meses se perdiam neste processo. E assim vimos a virtualização salvando o mundo, permitindo que um ambiente de servidores virtuais ficasse previamente disponibilizado, sendo possível ser consumido imediatamente, sempre que necessário.

E então o termo cloud computing ganhou força e definitivamente se consolidou. Evolui de tal maneira que foi necessário mudar o modelo tradicional de SysAdmin por um mais ágil, eficaz, horizontal, chamado de DevOps, vindo da junção das funções de Desenvolvimento e Operações. A cultura DevOps foi crucial para que os grandes players de cloud computing pudessem ser consumidos sem medo e com a praticidade que pregavam oferecer, o que de fato é verdade.

Esta cultura permitiu que esteiras de desenvolvimento e entregas contínuas (CI/CD Continuous Integration/Continuous Delivery) facilitassem o uso dos ambientes complexos em nuvem, concedendo infraestrutura sob demanda numa agilidade nunca vista.

Isto foi uma revolução na década de 2010 a 2020, fazendo com que pequenas startups se transformassem em grandes negócios, de alto valor agregado, agradando os grandes fornecedores de recursos computacionais em nuvem, uma vez que isto fazia com que seus negócios crescessem exponencialmente.

A regra era simples para que isso acontecesse: Os squads DevOps criavam automações para a integração das aplicações em ambientes de nuvem, permitindo que a entrega de recursos computacionais fosse instantânea, tornando os negócios atualizados e atendendo expectativas de demandas nunca experimentado.

Era um paraíso para a área de desenvolvimento… e o sonho para a de operações. Contudo, era o pesadelo dos CFOs (Chief Financial Office), pois faziam com que se debruçassem sobre as salgadas faturas que não paravam de crescer e que não entendiam como resolver, pois pouco conheciam dos processos de desenvolvimento e consumo de recursos da área de TI, que cada vez gerava novidades de forma incontrolável.

Era uma ameaça ao movimento moving to cloud, tão consolidado por volta de 2016. Eis então que, em meados de 2018, muitos especialistas em nuvem começaram a manifestar sua insatisfação com o descontrole financeiro que uma nuvem pública trazia. Nascia então uma comunidade internacional de profissionais que, em 2019, se tornaria a FinOps Foundation, uma associação comercial sem fins lucrativos que viria utilizar-se dos conceitos ágeis da cultura DevOps para então aplicá-los na Gestão Financeira de Cloud, conhecido internacionalmente como CFM – Cloud Financial Management, ou simplesmente FinOps.

Utilizando-se do mesmo modelo DevOps, ou seja, de squads ágeis formados por equipes multidisciplinares, a cultura FinOps implementa de forma prática o que os diretores financeiros tanto sonhavam: Uma cultura de gestão de custos em nuvem que realmente desse resultados. E como isto funciona? Simples, como deve ser, a FinOps Foundation, agora já integrada à comunidade The Linux Foundation, definiu boas práticas que permitem com que o uso de recursos computacionais siga orientações de gastos corporativos em nuvem, facilitando um controle de custos nunca existente.

Definindo FinOps, segundo a FinOps Foundation, temos: “FinOps é uma prática cultural e disciplinar de gerenciamento financeiro em nuvem em evolução que permite que as organizações obtenham o máximo valor comercial, ajudando as equipes de engenharia, finanças, tecnologia e negócios a colaborar em decisões de gastos orientadas por dados.”

– https://www.finops.org/introduction/what-is-finops/ Em outras palavras, uma maneira ágil de se controlar os gastos em nuvem, que toma como premissa a observabilidade diante do monitoramento, as opções de aquisição e comercialização dos players de serviços em nuvem, as regras de negócios e a otimização contínua. E isto se resume nas três fases chaves do FinOps:

Scharan

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