Entendendo os princípios

Evoluindo o tema FinOps e dando sequência aos entendimentos apresentados no artigo anterior CFM (Cloud Financial Management), sentimos a necessidade de aprimorar o conhecimento sobre a implantação de um modelo de gestão de custos em nuvem sem que isso impacte no dinamismo DevOps de integração e entrega contínuas.

Partindo da máxima da disciplina de Estatística, que literalmente afirma que não se pode medir aquilo que não se mensura, podemos dizer que, em FinOps, não se aplica aquilo que não se conhece a razão de ser, ou seja, nenhum objetivo será atingido se ele não for plenamente compreendido.

Desta maneira, entendemos que os princípios FinOps, dispostos no framework desenvolvido pela FinOps Foundation , precisam ser compreendidos para que a boa prática da governança de custos em cloud Computing seja atingida.

Os princípios FinOps são como diretrizes que devem ser seguidas para que os objetivos sejam alcançados, tais como num planejamento estratégico corporativo.

Vamos à estas diretrizes:

PRINCÍPIO 01:  As equipes precisam colaborar

Tendo a colaboração entre times como a máxima a ser seguida, este princípio se concentra em promover o compartilhamento de informações, permitindo que cada persona conheça claramente a sua função e entenda os motivos pelos quais ela precisa estar integrada aos demais membros de equipe, permitindo que a cultura FinOps flua naturalmente entre eles.

Área de Negócios

O time de negócios gera a demanda, buscando ofertar ao mercado soluções capazes de serem consumidas, tanto para usuários internos como para externos, responsabilizando-se assim pela entrada de receitas novas na companhia.

Isto pode ser um novo sistema como serviço, um método de aquisição via e-commerce, um produto, um serviço de venda de ingressos, por exemplo, ou qualquer outra atividade que gere demanda ao time de TI, para que este possa implementá-la, atendendo a necessidade de demanda prevista.

Time de TI (Tecnologia da Informação)

O time técnico, e espera-se aqui que já esteja operando com a cultura DevOps, se encarregará de providenciar os recursos computacionais em nuvem conforme o negócio pede, responsabilizando-se por atender plenamente a demanda, preocupando-se com a adoção controlada de que aquisição e uso estejam adequados às necessidades previstas, nem mais, nem menos.

Isto irá garantir que atendam as demandas de negócios sem desperdício, comprando e usando exatamente aquilo que foi planejado.

Time Financeiro

São personas que se encarregarão de acompanhar, em gastos, a velocidade e a granularidade com que a área de TI se preocupa em atender a demanda da área de negócios.

Antes mesmo de um ambiente ser disposto para uso, a solicitação de aquisição deve passar pelo time financeiro, que avalia e mede a disponibilidade de recursos financeiros dentro do aprovisionamento do budget anual, facilitando o entendimento de quanto se pode gastar, evitando assim estourar o orçamento.

Squad FinOps

Responsável pela implantação da cultura FinOps, deverá se preocupar de forma integrada aos demais times quanto aos processos de melhoria contínua, que irão garantir o melhor cenário possível de aquisição e uso de recursos, permitindo que o ambiente cada vez mais ganhe eficiência através da inovação e melhoria contínua.

O squad FinOps deve realizar a governança de custos para aplicar o devido controle ao bom uso da nuvem, facilitando o crescimento sempre dentro de uma ótica financeira saudável.

Veja que, muito mais importante que definir times, está a necessidade de “colaboração”, onde todos os envolvidos se preocupam em entregar e operar um ambiente computacional adequado ao negócio, consumindo recursos financeiros exatamente na medida certa.

PRINCÍPIO 02:  Todos se apropriam do uso da nuvem

Quando aplicamos o compartilhamento de responsabilidades, todos se sentem donos da operação. Os acertos serão de todos, bem como os erros, promovendo uma atitude lúcida de aquisição e uso de recursos, sempre apoiada no melhor cenário possível.

Apesar deste tema ser muito aplicado aos times de negócios e ao de TI, todas as áreas envolvidas, incluindo a financeira, devem se sentir responsáveis pelo modelo de aquisição e uso dos recursos em nuvem, garantindo que cada envolvido saiba sua responsabilidade e responda por ela.

Isto acontece quando o squad FinOps entrega a visibilidade de gastos em tempo real para todos os níveis gerenciais da empresa, permitindo que acompanhem a evolução de aquisição e uso, atrelada aos objetivos traçados, garantindo que acompanhem e controlem as metas estipuladas.

PRINCÍPIO 03:  Uma equipe centralizada impulsiona o FinOps

Uma boa prática de um squad FinOps é a implantação, em conjunto com os gerentes de áreas, do Centro de Excelência em Nuvem (CCoE – Cloud Center of Excellence).

Trata-se de um grupo de personas que irá colocar em prática as diretrizes determinadas pelas áreas envolvidas, garantindo a centralização da governança e do controle das possibilidades existentes na gestão de custos, tais como a avaliação de aproveitamento de descontos por uso contínuo, de instâncias reservadas ou de volumes/personalizados com os provedores de nuvem.

Esta centralização irá favorecer as negociações envolvidas na aquisição e uso, permitindo a alocação sob demanda de todos os recursos computacionais, sejam eles dedicados ou compartilhados.

Através de um Centro de Excelência em Nuvem, as práticas FinOps ganham força e tornam-se uma rotina nos times DevOps, que passarão cada vez mais a se preocupar com o consumo, direcionando os desenvolvedores para que entreguem ambientes mais adequados às novas práticas de conteinerização e microsserviços.

PRINCÍPIO 04:  Os relatórios devem ser acessíveis e oportunos

Todo squad FinOps deve se apropriar de uma ferramenta* capaz de entregar visibilidade preditiva, com base em observabilidade, em tempo real, garantindo que os times envolvidos possam ser alertados de comportamentos que podem comprometer o budget alocado.

Isto acontece em painéis de fácil entendimento, onde relatórios explícitos em gráficos entreguem a visibilidade adequada para os ajustes rápidos, sejam eles sub ou superprovisionados, garantindo que a melhoria contínua esteja presente através de um processo automatizado para a aquisição ou devolução de recursos, sempre com base nas estatísticas de uso.

Conheça o LightHouse

PRINCÍPIO 05:  As decisões são orientadas pelo valor comercial da nuvem

Através dos Centros de Excelência em Nuvem, as análises colhidas dos relatórios obtidos através de ferramentas como o LightHouse , irão permitir análises de tendências e variações, facilitando os ajustes necessários.

Estas análises, com base no rendimento do negócio, serão motivadoras para reconhecimento do sucesso ou insucesso de tomadas de decisões, permitindo a melhoria contínua de desempenho através de avaliações comparativas internas e externas. E isto irá gerar valor aos ambientes em nuvens, justificando então os investimentos realizados.

PRINCÍPIO 06:  Aproveite o modelo de custo variável da nuvem

Finalizando, a última diretriz nos mostra o quão importante é o modelo de custo variável de uma nuvem, onde o seu ambiente pode oscilar conforme as demandas, tanto de mercado como de áreas internas.

A possibilidade de redimensionamento de instâncias e serviços em tempo real e a possibilidade de melhoria nas tomadas de decisões com base em análises comparativas de ofertas e players de nuvem são vantagens impares, nunca experimentadas antes, que ajudam os squads FinOps a deixarem qualquer ambiente disposto no estado da arte, facilitando a governança de custos que tanto assolam os gestores dos Centros de Excelência.

Em resumo, podemos observar que os Princípios FinOps, os quais definimos como diretrizes a serem seguidas, devem ser entendidos em sua plenitude para que o sentido de uma prática de gestão de custos se torne uma cultura corporativa que de fato faça a diferença.

Estes princípios serão de extrema importância para o sucesso de uma boa governança de custos em nuvem, pois, a partir deles, toda a metodologia FinOps será aplicada na sua íntegra e com conhecimento de causa, ou seja, o efeito da boa gestão de custos baseado numa causa conhecida.

A Pier Cloud, pioneira nas práticas FinOps no Brasil, pode auxiliar sua empresa em todas as frentes, tanto na implantação da cultura, baseada nos princípios citados aqui, quanto na disponibilização de uma ferramenta de gestão automatizada, capaz de entregar a visibilidade necessária aos times em um Centro de Excelência em Nuvem.

Fale com quem de fato entende do assunto!

PIER CLOUD

#FinOps #CFM #Gestaodecustosemnuvem #cloudcomputing

Scharan

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