Estratégia de custos em cloud

Os tempos atuais nos mostram a necessidade de fazermos cada vez mais com menos. Seja pela ótica financeira ou temporal, exigindo uma constante postura inovadora nas empresas, promovendo o que chamamos de aceleração de mudanças.

Todos já sabemos que as mudanças serão viabilizadas através da transformação digital, onde a tecnologia trará cada vez mais processos costumeiros, agora ajustados para as necessidades deste ritmo de velocidade, melhorando, impulsionando e otimizando aquilo que já existe.

Assim caminha também o mundo de Cloud Computing que, desde a sua concepção, onde um simples virtualizador de sistema operacional permitia acesso virtual à um determinado sistema, ganhou espaço fundamental neste processo de transformação.

Os ambientes em nuvem são o coração para que a aceleração de mudanças, tão necessária para atendermos a crescente expansão da humanidade, aconteça exatamente na medida certa, permitindo status fundamentais para sustentar este crescimento:

  • Escalabilidade

Uma das principais vantagens da nuvem, que permite que cargas de trabalho tenham à sua disposição os recursos necessários para atender suas demandas de picos, sem a preocupação de compra emergencial e implantação acelerada de hardware e afins.

  • Elasticidade

Poder usar e devolver sem o comprometimento de continuar com o custo é sem dúvida uma vantagem financeira absolutamente inquestionável quando falamos em Cloud Computing.

  • Multicloud

Diversos players, dispostos em diversas zonas distintas e isoladas, tirou o medo tradicional de ambientes de TI ficarem indisponíveis.

  • Orquestração

A forte camada de gestão de ambientes em nuvem permite que sejam orquestrados conforme as estatísticas de uso em tempo real, baseadas na observabilidade, facilitando os ajustes preditivos, otimizando aquisição e consumo de recursos.

E assim chegamos no estágio atual da computação em nuvem, cada vez mais estruturada para atender todos os quesitos acima sem que os negócios sejam impactados.

Sim. Verdade absoluta. Contudo, isto tem gerado um risco financeiro muito grande para as empresas que, munidas de todas as facilidades trazidas pelo advento da nuvem computacional, passaram a criar barreiras em suas atividades, limitando seu potencial e suas ações em regiões definidas, impedindo que o principal flua em seus negócios: A inovação.

E como resolver isto?

A adoção de FinOps (CFM – Cloud Financial Management) como uma estratégia de custos em
cloud. Esta é a resposta.

Desde 2016, quando os primeiros passos em direção à gestão de custos em cloud foram dados, organizações buscam o estado de excelência em custos em seus ambientes em nuvem, permitindo que os negócios cresçam sem que se preocupem com o orçamento previsto.

Contudo, isto não tem sido aplicado na sua essência simplesmente pela ausência de uma estratégia de custos em cloud, o que justamente a cultura FinOps ensina e aplica na sua íntegra.

Adotando uma estratégia de custos em cloud

Quando falamos em governança de custos em cloud, fazemos diretamente uma conexão com a cultura FinOps.

Assim, não é possível trabalhar com escalabilidade, elasticidade, multicloud e orquestração de forma adequada sem que estejam debaixo de um framework de governança de custos baseado nas melhores práticas FinOps.

Os principais passos a serem dados para a adoção de uma estratégia de custos em cloud são:

1.Saber o que realmente é FinOps

Temos observado muitas empresas buscando a adoção de CFM (Cloud Financial Management) em seus negócios, porém sem saber exatamente o que isto significa.


O primeiro passo é ter pleno conhecimento do que é FinOps. E a melhor definição é:


“FinOps é uma prática cultural e disciplinar de gerenciamento financeiro em nuvem em evolução que permite que as organizações obtenham o máximo valor comercial, ajudando as equipes de engenharia, finanças, tecnologia e negócios a colaborar em decisões de gastos orientadas por dados.” –https://www.finops.org/introduction/what-is-finops/

2. Conhecer os Princípios FinOps

Como tudo na vida, saber apenas o conceito não é suficiente. É necessária uma imersão no
tema para de fato aprendê-lo. E isto se faz conhecendo os princípios da cultura tal como foram
ditados pela FinOps Foudation:

2.1. As equipes precisam colaborar

  • O Financeiro deve acompanhar a velocidade e a granularidade da área de TI;
  • Os custos agora entram como uma nova métrica de eficiência operacional;
  • A melhoria contínua deve ser aplicada para ganhar eficiência e inovação;
  • Uma governança, aliada à controles, deve ser adotada para o bom uso da nuvem.

2.2. Todos se apropriam do uso da nuvem

  • Capacite as equipes de recursos e produtos para gerenciar melhor o seu próprio uso da nuvem em relação ao seu orçamento;
  • Obtenha visibilidade dos gastos na nuvem em todos os níveis da sua empresa;
  • Acompanhe as metas em nível de equipe para impulsionar a responsabilidade de cada uma.

2.3. Uma equipe centralizada impulsiona o FinOps

  • Centralizar a governança e o controle das possibilidades de descontos por uso contínuo, instâncias reservadas e por volume/personalizados com os provedores de nuvem;
  • Centralizando, elimina-se negociações de taxas baseadas na operação;
  • Uma equipe centralizada permitirá a alocação granular de todos os custos, diretos ou compartilhados.

2.4. Os relatórios devem ser acessíveis e oportunos

  • Feedback rápidos e contínuos permitem um comportamento mais eficiente;
  • A visibilidade em relatórios permitirá ajustar recursos sub ou super provisionados;
  • Alcançar a melhoria contínua através da automação de aquisição e uso de recursos.

2.5. As decisões são orientadas pelo valor comercial da nuvem

  • Entender as causas dos aumentos dos custos através de uma análise de tendências e variações;
  • Impulsionar as melhores práticas e comemorar as vitórias através de um benchmarking interno das equipes;
  • Melhorar o desempenho do negócio através de benchmarking de mercado (empresas similares ou afins).

2.6. Aproveite o modelo de custo variável da nuvem.

  • Impulsionar os níveis de aquisição e uso de recursos mais apropriados através do redimensionamento de instâncias e serviços;
  • Conquistar melhores decisões através da comparação de preços entre players, serviços e preços.

3. Aplicar as fases FinOps

Todo planejamento estratégico deve ter suas diretrizes, que devem ser seguidas. Assim também funciona com a cultura FinOps, que nos oferece três fases cruciais para o sucesso da sua implantação e operação:

Informar

Neste sentido, o verbo informar se traduz por “tomar ciência”, ou seja, antes de tudo, ter o conhecimento profundo do que envolve um ambiente em nuvem. A partir do conhecimento, tomar ações que permitiam a visibilidade, através da observabilidade, e a alocação de recursos, conforme o que se observou.

Otimizar

A otimização vem como a principal fase, pois é dela que nasce a inteligência que permitirá a contenção dos gastos e então iniciar a gestão de custos conforme o negócio pede.


Classificar e definir regras de uso são fundamentais para a otimização, pois permitem olhar os ambientes de acordo com as regras de conformidade de uma organização. Não se pode cortar recursos sem saber o impacto que isto pode gerar nos negócios.

Operar

Tendo conhecimento dos ambientes em nuvem e tendo-os otimizados, entra em cena a operação baseada na cultura FinOps, e não mais na DevOps, de forma exclusiva. As duas agora andam juntas, ou melhor, DevOps sob o comando FinOps.

4. Definir Squads especializados na governança de custos

Empresas são feitas de pessoas. Elas são as chaves para o sucesso de qualquer estratégia. Isto não seria diferente com FinOps, que define tipos específicos e necessários de personas para o sucesso de sua implantação:

4.1. Praticante de FinOps

Tem o papel de unir as equipes de negócios, TI e finanças, permitindo decisões baseadas em evidências em tempo quase real, ajudando a otimizar o uso da nuvem e aumentar o valor comercial. Ele se concentra em estabelecer uma cultura FinOps e capacitar as equipes envolvidas, demonstrando um conhecimento prático dos Princípios e Capacidades da Estrutura FinOps, provando ser um modelo prescritivo de ações e melhores práticas.

4.2. Executivos

Executivos, como vice-presidentes, CTOs/CIOs, chefes do centro de excelência em nuvem (CCoE) e CFOs, concentram-se em gerar responsabilidade e criar transparência, garantindo que as equipes sejam eficientes e não excedam os orçamentos.

São os patrocinadores da cultura FinOps dentro de uma organização e garantirão que seja seguida e cumprida pelas equipes.

4.3. Proprietário do negócio/produto

Conhecidos como Dono do Produto (PO – Product Owner), como um Diretor de Otimização de Nuvem, Analista de Nuvem ou Gerente de Operações de Negócios, são responsáveis pela evolução e road map de produtos e serviços seguindo as determinações da prática FinOps.

4.4. Engenharia e Operações

Engenheiros e membros da equipe de operações, como engenheiros de software líderes, engenheiros de sistemas principais, arquitetos de nuvem, gerentes de entrega de serviços, gerentes de engenharia ou diretores de engenharia de plataforma, são fundamentais, pois devem se concentrar na construção e serviços de suporte para a organização que sejam aderentes à cloud utilizada e às regras de negócios baseadas em FinOps.

São diretamente as pessoas mais influenciadas pela cultura FinOps, pois o custo passa a ser uma métrica da mesma forma que outras métricas de desempenho são rastreadas e monitoradas. Os membros dessas equipes consideram o design e o uso eficiente de recursos por meio de atividades, como dimensionamento correto (o processo de redimensionamento de recursos de nuvem para melhor atender aos requisitos de carga de trabalho), alocação de custos de contêiner, localização de armazenamento e computação não utilizados e identificação de anomalias de gastos.

4.5. Finanças/Aquisições

Os membros da equipe de finanças e compras, incluindo Gerentes de Compras de Tecnologia, Compras de Tecnologia Global, Gerentes de Planejamento e Analistas Financeiros e Consultores de Negócios Financeiros, usam os relatórios fornecidos pela equipe de FinOps para previsões de aquisições, aumentando seu poder de barganha diante dos fornecedores.

Atuam com os profissionais FinOps para entender os dados históricos de faturamento para que possam participar da criação de modelos de custo cada vez mais precisos. Eles usam as previsões e experiência da equipe FinOps para se envolverem em negociações de taxas com provedores de serviços em nuvem com maior eficácia.

Desta forma, a junção destes quatro fatores irá permitir que uma organização consiga implantar uma estratégia de custos em cloud, porém isto é apenas a adoção de uma estratégia. Depois disto, vem a implantação e a gestão, baseada na observabilidade, utilizando frameworks próprios para que uma boa gestão aconteça.

Como dizemos, não se constrói nada com uma boa consistência sem que tenha um bom alicerce. E isto vale para a adoção de uma estratégia de custos em cloud.

Definir, conhecer, colocar pessoas e ferramentas para que isto aconteça deve ser uma prioridade para empresas que buscam acompanhar os passos na inovação tecnológica que bate na nossa porta todos os dias, cada vez mais velozes.

Não podemos barrar o nosso processo de transformação digital por medo dos custos que isto pode nos gerar. E isto se faz com uma estratégia de custos em cloud baseada nas práticas FinOps.

Elas irão garantir que sua empresa faça as aquisições corretas de recursos computacionais e otimize seu uso tal como o negócio pede, sem que precise expandir seu orçamento.

Adote uma estratégia de custos em cloud baseada em FinOps e siga em frente.

PIER CLOUD – Especialistas em FinOps

Sendo a prática FinOps uma cultura desenvolvida pela FinOps Foundation, todo o crédito de fases informada neste modelo é, por direito, dela, disponível em https://www.finops.org/ e foram adaptadas para melhor entendimento, seguindo fielmente os conceitos determinados na sua publicação original.

Scharan

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