FinOps nos cenários multicloud

A adoção do Gerenciamento Financeiro em Nuvens, já conhecido como FinOps, ganhou
prioridade nos Centros de Excelência de TI na proporção que os ambientes computacionais
foram ganhando força no cenário multicloud.


Isto não só causou disrupturas nos conceitos tradicionais de alocação de cargas de trabalho em
provedores de cloud, como abriu um novo conceito para se ganhar maior produtividade nas
operações dentro das organizações.


Contudo, três principais pilares foram de fato os motivadores:

I – Aumentar a capacidade de negociação de preços com os provedores


Uma vez presente em distintos provedores, fica muito mais fácil avaliar os serviços ofertados e
negociar com cada um deles condições melhores, permitindo ganhos financeiros instantâneos.

II – Capacidade de rápida migração de um provedor para outro


Diante de um mundo globalizado, as situações de riscos, tanto físicas quanto econômicas,
forçam com que as organizações adotem cuidados especiais quanto à continuidade dos
negócios, especialmente no quesito DR (Disaster Recovery), que permitirá que uma empresa
continue ativa diante de qualquer imprevisto.


A vantagem de estar com os ambientes dispostos em players distintos facilita a rápida
migração de um ambiente de produção, caso um destes players sofra alguma sanção, ataque
ou até mesmo sofra uma extinção devido à falência ou assuntos afins.


III – Independência de provedores de nuvem


Conhecido como lock-in, a dependência de um único fornecedor é o principal entrave para a
melhoria nos custos de aquisição e uso de ambientes em nuvem.


Utilizando-se das tecnologias similares, porém distintas, dos diferentes fornecedores de
serviços em nuvem, é possível criar ambientes versáteis que facilmente se adaptam à modelos
diversos, evitando assim a dependência de uma única tecnologia.

Veja que, das três principais vantagens do uso dos benefícios de estar em multicloud,
observamos que a “negociação de preços com os diferentes players” está em primeiro lugar.

Contudo, quase nenhuma organização já observada possui a capacidade de entender as
diferentes tecnologias e aproveitar o melhor de cada uma delas, de acordo com o fornecedor
utilizado.


Eis então que a prática FinOps se faz necessária.


Squads FinOps são capazes de entender os diferentes cenários e adotar as melhores
alternativas para que os custos estejam sempre dentro do esperado, sem que as cargas de
trabalho sejam impactadas.


Vejamos as razões disto:


A. Alto conhecimento das políticas de vendas dos diferentes players


Apesar de pouco conhecidos, os descontos promocionais oferecidos pelos players de cloud
estão sempre presentes e, caso não haja um framework de gestão que controle e acompanhe
as constantes mudanças de preços conforme as situações de mercado, raramente um time
comum de gestão de nuvens ficará atento para aproveitar de fato as vantagens oferecidas.


Um squad FinOps, disposto dentro de um Centro de Excelência em Nuvem, irá garantir que
todas as políticas de vendas dos fornecedores de serviços em nuvem sejam devidamente
aproveitadas e aplicadas, de acordo com as necessidades de aquisição e uso.


B. Observabilidade dinâmica e contínua


Squads FinOps tem como meta a melhoria contínua da aquisição e uso de recursos
computacionais, função que os times DevOps não desempenham, até mesmo pelos diferentes
propósitos das atividades.


A Observabilidade, diferente do simples monitoramento, conta com ferramentas especificas
de análises, combinando machine learning com business intelligence, garantindo que previsões
de consumo excessivo sejam determinadas e auxiliem proativamente os ajustes, antes mesmo
que seja necessário.

C. Pay-per-use


Técnicas como turn on e turn off podem ser aplicadas por um squad FinOps com mais
dinamismo que um outro DevOps, facilitando que ambientes tenham cargas reduzidas
conforme as análises preditivas avaliadas, sem que isto fira a conformidade com os negócios.


Isto permite que uma organização pague somente por aquilo que usar efetivamente,
garantindo assim que não estará pagando por recursos subutilizados.


D. Orquestração financeira


Pensando no ambiente multicloud, a observabilidade através de frameworks específicos para a
gestão de custos em nuvem irá garantir que o moving de ambientes de um provedor para o
outro aconteça de acordo com as promoções e vantagens significativas apresentadas pelas
análises.

Seria algo similar aos movimentos financeiros de investimentos bancários de acordo com as
taxas oferecidas pelos bancos. Cenário que agora se tornou realidade com a chegada do Open
Finance, acessível e seguro tal como os serviços bancários já se demonstraram ser.

Observando então estas possibilidades, fica claro entender que não há como ter ambientes
dispostos em distintos fornecedores de serviços de nuvem sem que uma boa cultura FinOps
esteja implementada e adequadamente gerenciada dentro de uma organização.


Seria como ter um único centro de operações de negócios contando com diferentes centros de
produção, sem que estes estejam conectados nos quesitos de atendimento às demandas. Um
poderia produzir menos ou mais que o necessário, causando distúrbios de armazenamento e
distribuição no centro de operações, impactando assim na produtividade e, consequentemente, na receita.


É necessário um controle central, capaz de avaliar as diferentes situações de ofertas e
tecnologias, nos diferentes provedores de serviços em nuvem, permitindo que a aquisição e o
uso de recursos sejam dosados e ajustados com dinamismo, permitindo que tudo seja consumido dentro do melhor cenário possível de gastos.


A cultura FinOps vem oferecer este controle central, permitindo que tudo tenha visibilidade
dentro de um framework de gerenciamento totalmente estruturado para acompanhar as
diferentes tecnologias dos diferentes players, garantindo que as cargas de trabalho possam ser
executadas no player de melhor oferta, sem que isto gere uma dependência técnica definitiva,
especialmente devido à distribuição de microsserviços em contêineres, permitindo
movimentação segura sempre que necessário.


Este cenário, por si só, já é uma excelente alternativa de manutenção da alta disponibilidade
das cargas de trabalho, tanto no quesito de operação quanto no de continuidade nos negócios,
garantindo não só a saúde operacional dos ambientes, mas principalmente a financeira.


Adote a cultura FinOps nos cenários multicloud e perceba as inúmeras possibilidades de
redução de custos que, seguramente, te chegarão com os resultados inteligentes obtidos
através do aprendizado de máquina.


Mantenha-se assim competitivo, independente e dentro do orçamento anual destinado para
os gastos com nuvem, ainda que num cenário multicloud.

PIER CLOUD – Especialistas em FinOps


Sendo a prática FinOps uma cultura desenvolvida pela FinOps Foundation, todo o crédito de fases informada neste modelo é, por direito, dela, disponível em https://www.finops.org/ e foram adaptadas para melhor entendimento, seguindo fielmente os conceitos determinados na sua publicação original.

Scharan

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